segunda-feira, 7 de abril de 2008

Desaparecimento de espécies vegetais

Excesso de azoto nos solos leva ao desaparecimento de espécies vegetais

:: 2008-02-06
Desaparecimento gradual de espécies vegetais é um risco
Uma acumulação, mesmo fraca, de depósitos de azoto na vegetação e nos solos tem como resultado o desaparecimento gradual de espécies vegetais, alerta um estudo hoje divulgado pela revista Nature. A concentração actual desses depósitos, devida à utilização de fertilizantes azotados na agricultura e à queima de combustíveis fósseis, chega a ser sete vezes superior à que existia antes da revolução industrial, segundo investigadores norte-americanos.
No Leste e no Centro dos Estados Unidos, a concentração de azoto passou de 1 a 3 quilogramas (kg) por hectare (ha) e por ano para 7 kg/ha/ano, enquanto na Europa Central chega a atingir 17 kg/ha/ano e em partes da Holanda a 100 kg/ha/ano. Os cientistas prevêem que o ritmo de crescimento da deposição de azoto nos solos em países asiáticos e latino-americanos em desenvolvimento venha a alcançar o dos países ricos dentro de 50 anos. Em síntese, o estudo - realizado por Christopher Clark e David Tilman, da Universidade de Minnesota (EUA) - conclui que a deposição de azoto nos ecossistemas diminui o número de espécies vegetais e modifica o funcionamento e a composição dos habitats. Ao estudaram as concentrações de azoto em pradarias do Minnesota, os dois investigadores constataram que o número de espécies vegetais diminui mais quando a taxa de azoto ultrapassa o seu nível natural. No local do estudo observaram que um aumento da concentração de azoto de 10 kg/ha/ano em relação ao nível natural observado nesse local, de cerca de 6 kg/ha/ano, provoca uma diminuição de 17 por cento do número de espécies vegetais. Quando a taxa sobe mais, o número de espécies diminui mas numa proporção mais fraca, reflectindo uma maior resistência das espécies sobreviventes às concentrações elevadas de azoto.

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